Como Sair do Sistema (r)

Derneval R.R. Cunha

http://www.inf.ufsc.br/barata derneval@bigfoot.com  De volta pro índice BE20


Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

A entrada de Singapura, manhã subindo, cor verde,
O coral das Maldivas em passagem cálida,
Macau à uma hora da noite... Acordo de repente...
Yat-lô--ô-ôôô-ô-ô-ô-ô-ô-ô...Ghi-...
E aquilo soa-me do fundo de uma outra realidade...
A estatura norte-africana quase de Zanzibar ao sol...
Dar-es-Salaam (a saída é difícil)...
Majunga, Nossi-Bé, verduras de Madagascar...
Tempestades em torno ao Guardafui...
E o Cabo da Boa Esperança nítido ao sol da madrugada...
E a Cidade do Cabo com a Montanha da Mesa ao fundo...

Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.

FERNANDO   PESSOA   Poesias de Álvaro de Campos
http://www.lsi.usp.br/art/pessoa/ficcoes/acampos/445.html

Uns anos atrás, um amigo, o Carlos, tecladista de uma banda de Rock me perguntou:

- Derneval, que que você faria se tivesse grana?

Falei na lata:

- Primeiro, acho que ia pro Rio de Janeiro, ver um lance numa gravadora.
- Depois?
- Ia ver meu passaporte e comprava uma passagem pra Los Angeles.
- E depois?
- Humm, chegando lá, eu ia num Shopping Center da vida e comprava umas coisas..
- Que coisas?
- Uma filmadora, um sonzinho portátil, uma prancha de surf.. umas coisas assim.
- E depois dessa febre consumista?
- Alugava um carro e ia para aquela praia lá onde filmam o seriado Baywatch ou sei lá, Malibu
- E..
- Botava som na caixa,  "Garota eu TÔ na Califórnia, vivendo a vida sobre as ondas, já sou artista de cinema, cheguei aqui já sou star.. ".. :-) Falando sério, talvez fosse lá só pra surfar
- Por que lá as ondas são melhores, é?
- Claro, não sou mais criança, não entendo nada de surf, tenho que começar num lugar onde pinta onda..
- Sei..

Naqueles dias eu estava inspirado.. Toda vez que alguém enche a paciência, eu penso que até não é uma idéia ruim.

Isso foi antes, lógico, de conhecer lugares como Porto Seguro (saudades da Bell) e de viajar um pouco pelo litoral norte. Mas a verdade é que de vez em quando pinta essa vontade de largar tudo e simplesmente esquecer o mundo. Sair por aí. Na verdade, antes de saber direito o que era programação, tinha um parente meu que já me falava de ex-programadores que viraram hippies. Ou coisa do gênero. Dá uma coisas chamada Burn-out. Queimou tudo na cabeça. É pensando neles que tirei a idéia de escrever estas linhas.

Como é o primeiro passo?

O primeiro passo é querer abandonar o mundo que você vive. Pode-se perceber nitidamente isso numa pessoa, quando ela começa a comparar a vida lá fora com a vida que tem aqui no Brasil. Aí você percebe que a pessoa só está aqui em espírito. A ambição dela está fora. Eu classifico essa paixão na seguinte ordem: "nordestino, quer mais é vir para São Paulo, Japonês, ir para o Japão. Agora, sonho de mineiro é ir para Nova York"..  Tem gente que fala em outros objetivos, como fazer a américa, voltar rico. Outros, falam em fazer cursos. E voltar? O que é essa vida

Pra começar,  não é vida criminosa, JURIDICAMENTE falando,  marginal é o sujeito que vive a margem da sociedade. Que não vota, não contribui, não tem endereço fixo.  Uma vida meio clandestina portanto. Quem assistiu "Terra Estrangeira"? Pois é.  Aquilo é um exemplo. Se você ler os livros do Fernando Gabeira no exílio (ou os do Alfredo Sirkis), vai ter uma vaga idéia do que é viver sem lenço nem documento. Sentir uma coisa chamada Banzo. Ou entender aquela música "O sonho acabou", "Se oriente, rapaz", "Expresso 2222" (Gilberto Gil essas últimas - se não estou enganado), "I don't want to stay here" (Paulo Diniz), "Meu caro amigo", "Samba de Orly", "Bye, bye Brasil" (Chico Buarque). E o l'Argent?

 A pessoa pode decidir ir numas pelo Brasil, vender o carro (ou "puxar o carro") e sair por aí. Um amigo meu, de MG, foi fazer umas férias no Ceará. Voltou 17 anos depois. O problema não é tanto o dinheiro. As vezes, quem não tem grana está fazendo um ótimo negócio em não ir embora. Pois pode saber mais sobre o lugar para onde vai, aprender outra língua, desenvolver um projeto. Planejar a volta. Enfim, fazer uma aventura. Qual a diferença entre uma aventura e sair do sistema? A aventura um dia acaba e você pode até voltar. Sair do sistema é um pouco mais fácil, mas a volta não existe. O ponto de partida mudou e ao voltar,  esta-se indo, não voltando. Por exemplo, ao entrar pra uma pseudo-religião ou mesmo simplesmente jogar tudo fora e viver ao relento em algum lugar numa praia deserta. Não se volta a mesma pessoa.

O que se ganha, largando tudo?

É perigoso, continuar lendo o que tenho pra escrever sobre isso, aviso. Alguns vão passar batido pelo texto. Outros vão cultivar coisas negativas sobre uma vida que dificilmente pode ser mudada..

Não sei responder. É algo muito pessoal. É mais fácil perguntar, num cemitério, que razões o morto tem para continuar lá. Ele está lá porque não está vivo. Se ele estivesse vivo estaria em algum outro lugar. Todo mundo tém uma razão para ir para o cemitério. Viajar é o contrário.  "Não se viaja para ir a algum lugar, mas para se ir" (Robert Louis Stevenson).

Sim, existem motivações como:

Dar a volta ao mundo, conhecer as pirâmides, visitar lugares sagrados, ver o por do sol no topo de uma montanha, viajar por toda Europa, saber de onde seus antepassados vieram, arrumar dinheiro através do transporte informal de mercadorias (vulgo muamba), saber onde o sol se põe, largar o esposo, esposa, namorada, sogra, pais, assumir o outro lado, aprender línguas, aprender a se virar, conhecer Meca ou Mecas (de suruba, esportes, cultura), etc, etc.. Como é que é o lance?

O ideal é ter pelo menos feito a graduação. Assim se pode ter uma bagagem de vida para encarar uma série de coisas que acontecem. Vamos supor que seja a Europa ou os EUA. Pode-se conseguir uma bolsa, um trabalho ou mesmo ir com as economias. É muito difícil viver longe dos pais, da família sem ter experiência de vida. E se algo errado acontecer?

Se você pensa nisso, seu negócio é uma agência de viagens. Por um preço módico, você compra essa segurança. Esse texto não é um folheto de viagens e nem eu represento agência. Estou falando de algo que algumas pessoas resolvem fazer. E a vida da pessoa é aquilo que ela faz dela. Então, muitas coisas podem acontecer. As histórias que já ouvi falar/ presenciei são coisas mais ou menos neste estilo:
  • Pense em ficar 3, 4 dias sem tomar banho, porque simplesmente está frio demais para tirar toda a roupa (ou porque está viajando há dias e não pode se dar ao luxo de trocar o camping selvagem por hotel).
  • Morar num apartamento com banheiro coletivo, que lota de manhã quando você precisa se lavar para ir embora.
  • Ficar sem grana e de repente precisar ir ao médico.
  • Ser assaltado e ter que fugir dos policiais para não dar queixa (porque você está com seu visto vencido ou trabalhando ilegal).
  • Voltar para casa e descobrir que aquele cara legal que estava te hospedando foi pra Grécia e esqueceu de deixar a chave (ou pior, te roubou tudo).
  • Ou descobrir que o mesmo cara legal está afim do seu corpo?
  • Ver alguém comer num restaurante e lembrar que em casa só tem um queijo te esperando.
  • Passar dias e dias esperando carona para algum lugar, no meio de um vento gelado.
  • Esquecer o que é comer bem, dormir confortável, vestir roupas limpas, só pra poder ter dinheiro para ir para a Grécia ou outro lugar qualquer interessante.
  • Descobrir que um incêndio no andar de baixo do lugar onde você mora transformou seu passaporte/ dinheiro / roupas em cinzas molhadas.

Cara, isso parece muito louco..

Não sei porque você insiste nisso. O que vale sua sanidade mental, nos dias de hoje? Me traduz em dinheiro (dólares, please), o que alguém ganha pra se manter mentalmente são. E o que é essa coisa de "normalidade"? É acordar de manhã cedo, enfrentar o tráfego ou o ônibus lotado para trabalhar num escritório abafado, cheio de gente a qual as vezes não se quer ver nem pelas costas. Com um chefe que te irrita, humilha, desespera e fala mal do seu trabalho, isso quando não te lembra que a coisa lá fora tá ruim e que um monte de gente está procurando emprego. O seu. Aí, ao voltar pra casa, só problemas e a televisão te mostrando mulher pelada na praia pra te lembrar que se a aparência fosse um objeto útil, a sua tava no lixo faz tempo...

Nenhum louco se preocupa com isso. Doido mesmo desencana. E curte a vida assim mesmo. Tá na dele.

Algumas dicas e histórias:

Seo assunto é cair na estrada e ainda por cima, fora do Brasil (fazer isso aqui dentro é possível, mas não tem tanto charme, nem dá vontade de comentar, porque ninguém entende), o melhor é saber pelo menos morar sozinho. Quer dizer, saber fazer compras no supermercado, fazer comida,  lavar a roupa, trabalhar e viajar, sem pedir ajuda a ninguém. Em outras palavras, saber se virar um mínimo. Porquê não é fácil. Todas as decisões caem nas suas costas. A legislação pode mudar e você pode ficar impedido de receber dinheiro do Brasil, por exemplo. Ninguém quer bancar a babá de um "calouro".

Outra coisa é saber um pouco de inglês ou da língua do lugar onde você vai ficar/ passear / sobreviver. Mas o mais importante e interessante é conhecer alguém antes. Alguém em quem você possa confiar seria o ideal, porquê mesmo parentes ou amigos são algo complicado. Já vi o caso de um sujeito que era normal, antes de ir para Paris. Lá resolveu assumir o lado gay. Mas não me disse isso e arrumou hospedagem com um cara que também era gay. Foi muito chato explicar minha situação sem mandar o cara tomar naquele lugar (ele iria falar OBA!). A primeira coisa que você aprende é a desconfiar dos próprios brasileiros. Nada de emprestar fitas, CDs ou qualquer coisa importante, porque não volta.

Aliás, mantendo contato com qualquer um: nunca conte a ninguém quanto dinheiro você leva consigo, não mostre onde está guardado, repare bem para não fazer nada que indique mais grana no bolso do que a pessoa com quem você conversa. Aliás, existem bolsas especiais para se guardar o dinheiro e documentos, dentro da camiseta, deixando de fora só o necessário.

Uma mochila sem armação pode ser péssima nas costas, mas é mais fácil de usar do que aqueles troços enormes de acampamento. Comprar máquina fotográfica grande é comprar uma dor de cabeça (na hora de tirar as fotos) e dor nas costas (carregando o peso extra). Máquina cara também dá uma dor de cotovelo, quando te roubam..

Existem dois lugares onde você com certeza irá, algum dia na sua vida. 2 encontros que quando você tiver que ir, terá de ir mesmo. Banheiro é um deles, ande sempre com papel higiênico. O outro é cemitério, por isso cuida da saúde. Vê se carrega algumas informações pessoais, como receita de óculos (se você usa), xerox das primeiras páginas do passaporte, endereço de contato com telefone, qualquer coisa que um médico precisa saber pra te operar, tipo alergias. Aspirina ou vitamina C também valem a pena.

Se teu problema é correspondência, existe uma coisa chamada POSTE RESTANTE. Até no Brasil tém isso. Você manda como endereço uma agência (guias turísticos costumam ter anotado) de correio que vai receber sua carta e é só ir buscar lá, depois. Funciona quase como uma caixa postal, coisa que também recomendo. Acho que se paga uma taxa. Mas não se preocupa muito não. Em dois meses as pessoas se acostumam com sua ausência e param de escrever.

O que traz a seguinte conclusão: tudo passa, inclusive as amizades. É possível ter uns papos incríveis e no dia seguinte, nunca mais ver a pessoa. Por outro lado, solidão mesmo é quando você entra no banheiro sem acender a luz. Sem explicação.

Que que você compra e o que que você não compra? Eu sou por comprar apenas aquilo que você precisa de imediato. Qualquer outra coisa, pode ser comprada no Brasil, cedo ou tarde chega lá.

A questão do preconceito é algo que tem que ser trabalhado. Obrigatoriamente. Por exemplo: você pode ser um cara liberal, conservador, o que quiser. Mas se está precisando de ajuda, pense muito bem... queimar o filme com um cara só porque ele é homossexual/ negro/ etc/ etc, pode te fechar muita porta. Embora seja perigoso confiar em conterrâneos, não é muito fácil viver sem ter um contato mínimo com eles, sejam quem forem e de onde vierem. Se possível, tenha preferências e não preconceitos. Acreditar que todo alemão é neo-nazista pode te estragar uma oportunidade de conhecer gente incrível.

Por outro lado.. Xenofobia e racismo podem ser algo meio chato de se descobrir. O que aqui no Brasil é considerado branco, lá é moreno. O pessoal lá é cor-de-rosa, na verdade. Alguns se viram sem problemas, outros são vigiados tão logo entram em lojas ou bancos. É sério. Ser de origem sírio-libanesa na França é ruim. Tanto pra homem como para mulher.

Um  grande problema pode ser atravessar fronteiras. Em vários casos, é necessário provar que você tem grana pra gastar no país. Tipo uns 40 ou 50 dólares por dia e se seu caso for menos do que isso, tem que comprovar que está recebendo fundos ou alguém se responsabiliza, caso você fique sem grana. Isso significa ter o fone e endereço da "vítima" a mão, que pode ser checado. É meio desafio, fazer isso. Se você ficar muito tempo em um lugar, tem que se registrar com a polícia (se isso for recomendado). Fazer ligações para o Brasil, se for de forma ilegal, te dá direito a uma expulsão sumária e/ou prisão, em vários países.

Você pode dormir na rua. Mas vê bem o que está fazendo. Lá fora também se queima mendigo. E também tem ladrão. Os caras são capazes de rasgar um saco de dormir com gilete pra roubar sua carteira. Guarde suas coisas de valor na rodoviária. É que nem aqui no Brasil. Pode ser assaltado ou não. Um sujeito me contou uma história de ter sido assaltado na Itália (bastante comum). Teve que viajar de carona até Paris. Atravessou a fronteira a nado. Felizmente conseguiu se virar depois, mas teve que dormir em carros em estacionamentos e uns outros truques, até economizar o bastante pra fazer um passaporte novo.

Aliás, é comum desenvolver algum tipo de paranóia. Uma é a que vão pedir o seu documento num momento delicado (quando seu visto estiver vencido, por exemplo). Nada diferente de paranóia de assalto.

Trabalhar no exterior, sem documentos? Se você é um felizardo que tem passaporte italiano, tudo bem. Se não, não vai ter direito a nada se perder a mão num acidente de trabalho. Leia o livro "Cabeça de Turco", me falaram que é bastante explícito com relação ao assunto.

Uma coisa que se deve tomar cuidado é com as drogas. Um terço dos brasileiros no exterior consomem só pra aguentar a saudade. Incluindo vinho e aspirina.

Sono é essencial. Pessoas sonolentas acabam fazendo besteiras dos mais variados tipos, como errar a conta na hora de trocar os dólares, etc.. além disso o cara vê que você está com sono e já erra no troco.

Livros de viagem, por mais legais que sejam, não são substituto para informação no local. Com a internet, fica muito fácil isso. Tem por exemplo o http://www.hostels.com Se por um acaso você caiu numa cidade onde não está no mapa, sempre o melhor lugar pra começar a se localizar é na rodoviária. Nem sempre é o lugar ideal pra se trocar dinheiro.

Uma coisa a qual a pessoa só vai se dar conta é que ter capital em forma de vil metal não conta muito. Existe necessidade de outros tipos de recursos, chamado de Capital Cultural. É aquele jeitinho de ser brasileiro. Mas também é aquele curso sobre cultura barroca, aquelas lições de lambada, aquela fórmula secreta de misturar uma caipirinha, sei lá. São coisas que se tira da manga e servem para longas conversas noite a dentro. Uma preparação mais objetiva é praticar esporte. Ajuda muito quando você tem que andar quilômetros com uma mochila nas costas e nada no estômago. Escrever cartas também é legal. Tirar fotos é muito caro, a longo prazo. Só revele o negativo do filme.

Língua estrangeira deveria ser obrigatório, antes de uma experiência desse tipo, mas não é obrigatório. Conheci gente lá fora que se virava há uns quatro anos sem falar inglês, só entendia (também só conversava com brasileiros, grande merda). Com policiais, pode valer a pena esquecer todos aqueles anos na Aliança Francesa...

Tem muitas outras dicas. A pessoa aprende enquanto viaja. Mas a mais importante talvez seja saber voltar. Isso se você não queimou seu cordão umbilical com a pátria-mãe. Dá uma deprê fantástica. É comum a pessoa não estar preparada para o jogo de cintura que é viver no Brasil. Ou estar preparado para um tipo de vivência que é melhor esquecer. É uma segunda viagem, dessa vez no tempo, porque todo o tempo durante o qual se esteve fora, coisas aconteceram e você não participou delas. Isso marca. O ideal é voltar com algum dinheiro, mas nem sempre é possível. O mais chato é que o excesso de adrenalina não te ajuda numa entrevista pra emprego. Nem as pessoas conseguem avaliar tudo o que se tem para contar, quando tem vontade de ouvir. E não reconhecem mais o lugar de onde vieram. Tem aqueles que não voltam, não tem motivo para isso. Ou só o corpo volta. A alma só Deus sabe por onde navega...  

Por último, um poeminha meu. Só pra dar uma idéia do que aprendi com tudo isso..

Aqueles que algum dia forem fazer suas viagens, esses talvez acabem entendendo esse meu poeminha. Aos outros, peço um pouco de paciência ou pulem direto.

Links interessantes: http://www.roadnews.com/home.htm

Querendo deixar opinião: derneval@netscape.net

Bibliografia:  Amigos meus, a maioria. Algumas fotos peguei na rede, modifiquei. 2 são do famoso filme "EASY RIDER", peguei e MODIFIQUEI fotos de vários sites incluindo este http://home.earthlink.net/~sirkus/easy.html, o filme é bom, mas eu assisti depois de já ter começado minhas viagens. O quadro é do Van Gogh, o link do Fernando Pessoa tá lá. O título do meu poema é  "existencialismo mineiro". Achei um tanto bairrista pra colocar no que afinal deveria ser um hacker ezine, mas fanzine tém dessas e além disso meus leitores já deviam estar acostumados..